Ser

Ser é essencial, é essência. Diferente de parecer, ser é ressignificar a alma que há tanto tempo vem se moldando para agradar, mas que agora quer fazer ressurgir a própria voz, a própria identidade.

Quando se permitir supera as barreiras de se limitar, é que você percebe que se expressar surge das vontades de dentro e tem continuidade do lado de fora — e assim a autenticidade te faz ser única, mas também parte do todo.

Não à toa, ser e estar são verbos complementares. Ser é ter base e fundação; estar é deixar-se flutuar para onde existe abrigo, aonde existe felicidade. E quando não existir mais abrigo, é permitir-se outra vez flutuar, como uma pena que explora os destinos que o vento se encarrega de escolher.

Essa leveza, aliás, caminha muito bem com determinação. É possível equilibrar sutileza e potência; acolher sua própria sensibilidade enquanto mantém-se em foco, com sonhos e propósitos definidos, dia após dia. 

Ser não é parecer, fantasiar, esconder, limitar, adoecer. Enquanto você está sendo, a vida se faz presente. A sua verdade, então, transparece e contagia quem tem o privilégio de conhecê-la, sem camadas de proteção ou o peso de uma armadura.

E por fim, a liberdade. De ser quem você quiser, a hora que quiser, onde quiser e com quem se sentir à vontade. Ser riso, mas também choro. Vontade e preguiça. Ingenuidade e maturidade. Raiva, mas também amor.

Seja como aquela criança que, afagada pela inocência, sonha alto e sem duvidar. Mas seja também a pessoa da qual você quer se orgulhar quando, daqui uns anos, olhar para trás com carinho para a sua trajetória.

(Thiago Dalleck)